Tabagismo na gravidez

Apesar dos esforços para diminuir o tabagismo, esse ainda é um problema de saúde pública mundial.

O cigarro possui mais de 2500 substâncias tóxicas prejudicias a saúde. O tabagismo é o principal fator de risco modificável que está associado a complicações na gravidez. Este vício está associado a 5% dos óbitos infantis, 10% dos partos prematuros e 30% dos bebês pequenos para idade gestacional. Os efeitos do tabagismo são muito bem conhecidos e estão especialmente relacionados a diminuição do aporte de oxigênio para o feto.

Confira abaixo alguns dos efeitos causados pelo cigarro na gravidez:

Infertilidade: Mulheres que fumam têm, por exemplo, 60% mais chance de ter infertilidade quando comparadas com aquelas que não fumam. Os produtos químicos da fumaça do cigarro parecem acelerar o esgotamento dos óvulos e podem impedir a formação dos gametas. 

Abortamento: Apesar de estudos científicos conflitantes, mulheres que fumam mais de 10 cigarros por dia apresentaram maiores chances de abortar. 

Ruptura prematura das membranas: Há um aumento consistente no risco de rompimento das membranas ovulares antes do tempo entre as gestantes tabagistas. 

Baixo peso ao nascer: A probabilidade de uma mulher que fuma ter um bebê com baixo peso ao nascer (peso menor que 2500g) é 1,5 a 3,5 vezes maior. O risco é maior conforme o número de cigarros. O tabagismo faz com que essas crianças nasçam com 200 a 300g a menos do que aquelas que não foram expostas. Fumar durante o terceiro trimestre parece ter maior impacto sobre o peso ao nascer. Mulheres que param de fumar no terceiro trimestre tem bebês com peso de nascimento semelhantes a das não-fumantes. 

Amamentação: O tabagismo está associado com a diminuição da produção de leite, menor concentração de gordura do leite e, conseqüentemente, menor duração da lactação. Lactentes de mães fumantes dormem menos quando alimentados após suas mães terem fumado recentemente.  

Outras morbidades após o parto têm sido associados ao tabagismo, as quais incluem: a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), infecções respiratórias (por exemplo, bronquite, pneumonia), asma, alergia, otite média, cólicas, bronquiolite, baixa estatura, disturbio de atenção, hiperatividade, obesidade infantil e diminuição do desempenho escolar.  

Dessa forma, toda grávida tabagista deve ser encorajada a parar de fumar. Pesquisas indicam que até 45% das grávidas fumantes param de fumar completamente até o final da gestação. A redução do número de cigarros fumados não apresentou melhora consistente nos resultados obtidos durante a gravidez. Essa descoberta, em conjunto com a preocupação de que as mulheres que reduziram o número de cigarros fumados podem compensar pela inalação profunda, levou à recomendação de parar de fumar, e não apenas a redução do número de cigarros fumados. Apesar mãe fumante apresentar os efeitos mais prejudiciais para os fetos, a exposição passiva ao tabagismo também é ruim e deve ser combatido. O apoio psicológico e familiar à paciente que deseja parar de fumar é fundamental, especialmente na manutenção após o parto. Dados os benefícios conhecidos da cessação do tabagismo durante a gravidez, em especial nos casos de mulheres que fumam mais de 10 cigarros por dia, a prescrição médica de antidepressivos e a reposição de nicotina podem ser considerados.  

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