Sinais e Sintomas do Trabalho de Parto

Uma grande preocupação de uma mãe de primeira viagem é o medo de não conseguir perceber o trabalho de parto. Esse receio é natural, afinal a sensação não é parecida com nada que já viveram até aquele momento. Muitas me perguntam, mas e se eu estiver dormindo? Posso não perceber? Na tentativa de tranquiliza-las comparo o trabalho de parto com uma "dor de barriga" por ter comido algo estragado. Geralmente, todo mundo nessa situação acorda a noite para fazer suas necessidades em tempo no banheiro. O trabalho de parto também costuma ser assim. É fácil de reconhecer e dá tempo suficiente para chegar com calma à maternidade.

Apesar de estar nos livros que existem sinais que anunciam a proximadade do parto, como a perda do tampão mucoso, contrações indololores mais frequentes ou a queda da barriga, isso não é uma regra. Por isso a grávida deve saber o que ela provavelmente irá sentir quando chegar a sua hora.

Para começar, deve ficar claro que não existe trabalho de parto sem contrações e sem algum grau de desconforto. As vezes é difícil para a gestante no ínicio do trabalho de parto determinar se o que ela está sentindo é ou não uma contração. O útero é um músculo que comporta se como qualquer outro músculo do corpo, ou seja, quando contrai fica inteiramente rígido, não deixando nenhuma área flácida. A partir da segunda metade da gravidez é normal que a mulher sinta algumas dessas contrações indolores, também conhecidas como Braxton-Hicks. A grande diferença entre essas contrações e as do trabalho de parto são que no trabalho de parto as contrações tem:

Duração de aproximandamente 1 minuto.  

Intervalo máximo entre uma e outra de pelo menos 5 minutos. 

Geralmente vem acompanhada de algum grau de desconforto. 

Para ter certeza, a melhor maneira é observar por pelo menos uma hora se as contrações obedecem essas 3 condições. Durante essa hora, uma boa dica é caminhar um pouco e tomar uma ducha quente nas costas para aliviar a tensão e a dor.  

Quanto a questão da dor, ela pode manifestar-se das mais variadas formas. Desde dor nas costas a dores no pé da barriga. Fato é que as contrações do trabalho de parto obrigam a gestante a parar o que está fazendo ou faz com que ela acorde com elas durante a noite.

Os pais e mães de primeira viagem devem saber que o trabalho de parto costuma demorar horas, o que confere ao casal tempo suficiente para chegar à maternidade. Porém, com a progressão do trabalho de parto as contrações costumam ficar mais duradouras, com intervalos menores e maior grau de desconforto, sendo nessa fase maiores as chances da paciente precisar de analgesia e para isso o ideal é que ela já esteja na maternidade.

Em relação a bolsa das águas, quando ela rompe a grávida pode perceber:

Um líquido claro com aspecto de água de côco que escorre pelas pernas e pode até molhar o chão.  

Quando apresenta algum odor, costuma lembrar água sanitária.

Não para de sair mesmo após esvaziar a bexiga e após se secar. Por isso, se ela romper na aula de hidroginástica fique tranquila. A bolsa não esvazia toda de uma vez!

Vale a pena saber que o trabalho de parto e a rotura da bolsa são fatores independentes, mas com uma intima relação. Em gestações de termo, quando a bolsa rompe a maioria das pacientes costumam entrar em trabalho de parto na sequencia. Porém, o trabalho de parto pode ocorrer até o final sem a bolsa estourar, assim como a bolsa pode romper espontâneamente e a paciente não entrar em trabalho de parto. De qualquer maneira as duas situações obrigam a paciente a procurar o hospital e com muita calma. As situações de alerta e que exigem agiliade por parte do casal são: 

Líquido com tom esverdeado, o que pode ser mecônio (fezes do bebê).  

Sangramento vivo semelhante à menstruação, geralmente associado a dor.

Nem sempre é fácil perceber e ter certeza que se trata de trabalho de parto. Na dúvida, observe bem os sinais e sintomas e se ainda assim ficar em dúvida, consulte seu obstetra ou procure o pronto socorro. Não é vergonha nenhuma errar o diagnóstico. Se não for trabalho de parto ou a bolsa não tiver rompido, a gestante será tranquilizada e orientada a voltar para casa e aguardar o momento certo! 

Veja também:

  • Parto normal após cesárea

    Uma vez cesárea, sempre cesárea? Essa pergunta que por muito tempo era respondida categoricamente que sim, hoje felizmente é não! Estudos realizados desde a década de 60 tem demonstrado que mulheres submetidas previamente a uma cesariana podem (...)

Ver todos